Renata Andrade é uma artista visual, performer e pesquisadora nascida em um dos bairros pobres da periferia de São Paulo. Sua trajetória pessoal, marcada pela migração e por uma profunda consciência das desigualdades sociais, de gênero e raciais, moldou toda a sua prática artística. Trabalhando a partir de sua posição como mulher negra do Sul Global, ela navega entre várias linguagens e territórios.
Começou sua carreira no teatro antes de expandir para cenografia, gravura, fotografia e performance. Ao longo dos anos, desenvolveu uma forma de arte híbrida em que o corpo se torna um espaço de expressão política. Ela explora as fronteiras entre o íntimo e o social, a memória pessoal e a história coletiva, o patrimônio popular e o conhecimento acadêmico. Através de seu trabalho, Renata Andrade questiona a opressão patriarcal, racial e colonial, subvertendo o discurso degradante e transformando-o em uma ferramenta de resistência e emancipação.
Usando ironia, autoencenação e performatividade, ela desafia narrativas dominantes, desconstrui estereótipos e dá substância a identidades plurais, mutáveis e muitas vezes invisíveis. Residente na França há vários anos, ela também realiza pesquisas acadêmicas em artes visuais, com foco nas estratégias de apropriação crítica empregadas por artistas mulheres. Maternidade, migração, alteridade, linguagem e corporeidade são os temas que compõem seu universo artístico, atravessado por um discurso situado, sensível e profundamente político.